A droga se faz amiga, mas ela quer sua vida

A droga se faz amiga, mas ela quer sua vida
A droga se faz amiga, mas ela quer sua vida

quinta-feira, 5 de maio de 2011

DEPOIMENTO DE UMA JOVEM RECUPERADA

Recordo-me com clareza das noites em que acordava com as brigas dos meus pais e da profunda tristeza que sentia. Meu pai perdia todo o dinheiro no jogo e passava as noites fora de casa, no entanto, era uma pessoa calma e eu sempre o amei muito, mas minha mãe era amarga, dava-nos pouca atenção e tinha o costume de quebrar as coisas dentro de casa. Foi em meio a estes acontecimentos que no meu interior começou a nascer um sentimento de aversão pela minha mãe. Brotou em mim o desejo de machuca-la tanto quanto ela me machucava, porém, era tímida e não tinha coragem de enfrentá-la. Tinha então mais ou menos onze anos de idade.




A vida continuava o seu curso e, eu, permanecia presa em minhas frustrações e derrotas, até que na escola passei admirar os cabeludos, os roqueiros, viciados em drogas, pois eles me pareciam pessoas fortes, corajosas, destemidas, logo, decidi ser como eles e fui em busca da coragem, da força que supostamente imaginei encontrar nas drogas. Passei a freqüentar as danceterias, entre os quatorze e quinze anos, lá bebia muito a ponto de ficar caída na rua a noite toda. Contudo, bebedeira é algo deprimente e não dá “status”, então passei a fumar maconha e esta deixava-me sonolenta, sentia-me lerda e desejei algo mais forte, que produzisse efeito contrário, que despertasse meu cérebro, por isso, propositadamente, envolvi-me com um rapaz que usava ácido e anfetaminas (drogas de farmácia) e tomava uma média de dez comprimidos por dia, havendo, porém dias que ingeria trinta drágeas. Enquanto isso, em casa, o meu relacionamento com a família piorou, brigas horríveis passei a ter com eles, então voltei para Santo André e fui morar com minha avó, entretanto, a simples mudança de lugar não contribuiu para o fim do meu vício.


Continuei a fazer uso de “bolinhas” e rapidamente entrei para a turma dos “Piratas” que era formada por uns vinte roqueiros do bairro que além de usarem drogas, faziam pequenos furtos como toca-fitas de carros, cantinas de escolas, bares e até mesmo a secretária da Igreja Católica do lugar, foi surpreendida com o furto de suas máquinas de escrever e de xerox, mas apesar de alguns atos injustos praticados por mim, nunca fui presa pela polícia, sedo somente revistada por ela.


Como sempre, a insatisfação se fez presente e a turma passou a usar drogas injetáveis (prefiro não dizer os nomes), as quais destilávamos e aplicávamos nas veias dos braços com agulha grossa que fazia um rombo nas mesmas e depois de três ou quatro “baques” (injeções de drogas) a veia sumia e por isso acontecer, passávamos a injetar nas veias das pernas e dos pés. Quando as veias finas estouravam, o líquido injetado fazia inchar e muitos de nós ficávamos com feridas nos locais das aplicações. Uma vez, minha mão ficou dias e dias parecendo uma bola de tanto que inchou. Confesso que tive muito medo. Além disso, um integrante da turma, depois de um “baque” não voltou mais ao normal. Passei, então, a ter medo de enlouquecer, de perder algum membro do meu corpo, mas. Ainda assim, ansiava pela morte. Tinha uma válvula do meu coração entupida e quando alguém tomava um “baque” em minha frente, passava mal e eu tomava um bem mais forte, e enquanto sentia o líquido entrando em meu corpo fechava os olhos e o imaginava percorrendo por toda minha corrente sangüínea. As vozes das pessoas ficavam cada vez mais distante e eu só desejava a morte que não vinha e eu me perguntava se Deus existia. Por que Ele me poupava?


Continuei no submundo da vida, passando semanas na rua, sem comer sem banho e quando o sangue provocado pelos “baques” constantes que me injetava, escorria pelo meu braço, pingando no tênis, tentava impedi-lo limpando-o na calça e dormia em qualquer beco, cômodo, debaixo de marquises, até que passamos a usar cocaína, a arrumar brigas pesadas com a turma dos “Carecas” e dos “Punks”, roubávamos, ouvíamos rock pesado. A overdose chegou em nosso meio, um da turma morreu dessa forma, outro, morreu em uma briga, mas a morte de um amigo (não quero citar nomes), um rapaz calmo, quieto, meu amigo, chocou-me muito, foi morto a facadas pelo novo integrante da turma. Isto se deu enquanto estava internada em uma Clinica Psiquiátrica. Quase enlouqueci, eu que nunca tinha parado para questionar seriamente minha vida, minha turma de “amigos”, agora perguntava-me onde estava o companheirismo, a amizade entre nós, já que alimentávamos a idéia de mudar o mundo tão duro e notei, naquele momento, que éramos iguais a ele. Continuei internada na Clinica e tomava tantos medicamentos permanecendo dopada quase que o tempo todo. Conseqüentemente, tive uma crise que durou dias e dias, fiquei toda torta, minha mão colou debaixo de meu queixo, foi horrível... mas, ainda assim, saí de lá e voltei às drogas.


A minha vida continuou sem sentido e parti para a segunda internação, desta vez em São Paulo, no Hospital Psiquiátrico de Vila Mariana. Lá passei dias impregnados pelo desespero, tomava remédios fortes, conversava muito com os médicos, contudo, presa ao vício continuava. Porém, foi neste momento tão difícil, diante daquele meu estado tão lastimável que vi como minha mãe ficou abalada. Até então, pensara o contrário. Sempre achei para ela eu não existia.


A vida começou a ter um certo significado para mim com essa nova descoberta, até um amigo apareceu dizendo haver “Casas de Recuperação Evangélicas” e depois de algum tempo de espera, fui enviada para a “Missão Ebenézer” em Praia Grande, SP. Uma obra de evangelização e recuperação de Toxicômanas, mas eu não sabia direito como agiam os “crentes” e fui com um certo receio. Lembro-me de uma noite, quando lá já me encontrava alojada, em que acordei amedrontada com aquele povo orando em voz alta e tentei ir embora, achando que era um bando de fanáticos, no entanto, fiquei fascinada com o amor que presenciei, na atitude daqueles que dão a vida para ajudarem outros a levantarem-se das cinzas e serem transformados pelo amor de Deus em novas criaturas. Muitas pessoas falam de amor, poucas se dispõem a viver o amor.


O amor de Deus desceu sobre minhas mágoas e tristezas com ungüento suave. A verdade que salva, penetrou em minha alma e vi o amor de Deus por mim, através da morte na cruz e do sangue vertido de Cristo, o Cordeiro de Deus que purifica o homem e a Ele me entreguei.


É com alegria que declaro ser hoje, dirigida por Deus, aquela que caminhava a esmo já não existe mais, pois Deus fez de mim uma pessoa transformada e vitoriosa em Cristo Jesus. Caminhar com Ele é extremamente bom, conheço, agora, a alegria verdadeira e se antes ansiava pela morte, hoje anseio pelo dia em que me encontrarei com o meu Senhor e Salvador, Jesus Cristo.


Fonte: http://www.missaoebenezer.com.br/testemunho.htm


http://blogdohugopaiva.blogspot.com/p/casas-e-clinicas-de-recuperacao-publica.html

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mais devastador e barato que crack, oxi chega a SP


Na área da cracolândia, no centro, droga capaz de viciar já nas primeiras pitadas é oferecida por traficantes como 'pedra de R$ 2'


William Cardoso - O Estado de S.Paulo

Mais destrutivo e viciante do que o crack, o oxi chegou à cracolândia. As pedras, que são vendidas por R$ 2, cinco vezes menos do que o crack, matam um terço dos viciados já no primeiro ano de uso. Especialistas dizem que a nova droga deve agravar ainda mais os problemas de saúde pública na Luz, região central, onde centenas de dependentes químicos vagam dia e noite.


Tráfico. Na rua Helvétia, o oxi é vendido aos gritos de "pedra de R$ 2"; apreensões da polícia ainda não detectaram a droga, pois análises não levam em conta suas substâncias


As pedras de oxi são feitas de pasta base de cocaína acrescida de cal virgem, querosene ou gasolina, ingredientes mais baratos e corrosivos do que o bicarbonato de sódio e o amoníaco, que compõem o crack. Segundo especialistas, assim como o crack, o oxi é capaz de viciar nas primeiras vezes em que é consumido.


Entre os dependentes que circulam pela cracolândia, o oxi é conhecido como "a pedra de R$ 2". O comércio de drogas nas proximidades da Estação Júlio Prestes é livre, a qualquer hora do dia ou da noite, como em uma feira livre com mais de 150 pessoas. As pedras de R$ 2 surgem em pequena quantidade nas mãos dos traficantes, que também são usuários e fazem a venda para sustentar o próprio vício.


Na Rua Helvétia, há também uma feira do rolo, onde viciados negociam roupas usadas, tênis, produtos eletrônicos e até objetos sem valor aparente em um escambo frenético, sempre tendo a obtenção das pedras como objetivo final. Lá, o oxi é oferecido aos gritos de "pedra de R$ 2!". A droga é uma opção ao crack, cuja pedra custa R$ 10 e permanece no topo da preferência dos "noias". Assim são chamados os dependentes de droga da região, que reagem de forma agressiva. Confundido com policial à paisana, o repórter do Estado foi agredido por um grupo de usuários na última semana.


As apreensões realizadas na cracolândia ainda não foram capazes de detectar o oxi, mais por questão de método do que por falta da droga no mercado. "No exame do Instituto de Criminalística, dá positivo para cocaína. Como é em pedra, fica caracterizado como crack, mas também pode ser oxi", afirma o diretor da Divisão de Educação e Prevenção do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), Reinaldo Correa.


A partir de agora, as pedras apreendidas serão testadas também para oxi. Há indícios de que 60 quilos de crack apreendidos em março na capital sejam, na verdade, oxi. Amostras foram queimadas e restou óleo, característica da nova droga.


Mudança. Para especialistas, oxi deve ganhar espaço entre usuários de crack. "Se oferecer àqueles que já estão na sarjeta algo mais barato e poderoso, a aceitação será maior. O serviço municipal de saúde está rendido e ficará em situação ainda pior", diz Ronaldo Laranjeira, psiquiatra e especialista em dependência química.

Nas ruas, o oxi deixa um rastro degradante, que começa pelos resíduos de querosene nos cachimbos e avança até o vômito e a diarreia persistentes, algumas das diferenças em relação aos efeitos do crack. "Causa um isolamento e eles (os dependentes) têm "barato" até na própria sujeira", diz Correa, do Denarc.

http://blogdohugopaiva.blogspot.com/p/casas-e-clinicas-de-recuperacao-publica.html

terça-feira, 3 de maio de 2011

O EFEITO DO CRACK

Crack


Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração e batimentos cardíacos acelerados, seguido de depressão, delírio e "fissura" por novas doses. "Crack" refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.


Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. Assim como a cocaína, não causa dependência física, o corpo não sinaliza a carência da droga.


As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago, o "tuim", na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.


O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos.


Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o craqueiro. Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo, no qual a pedra é fumada.


O crack induz a abortos e nascimentos prematuros. Os bebês sobreviventes apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz. Demoram mais para falar, andar e ir ao banheiro sozinhos e têm imensa dificuldade de aprendizado.


O caminho da droga no organismo


Do cachimbo ao cérebro


1. O crack é queimado e sua fumaça aspirada passa pelos alvéolos pulmonares


2. Via alvéolos o crack cai na circulação e atinge o cérebro


3. No sistema nervoso central, a droga age diretamente sobre os neurônios. O crack bloqueia a recaptura do neurotransmissor dopamina, mantendo a substância química por mais tempo nos espaços sinápticos. Com isso as atividades motoras e sensoriais são superestimuladas. A droga aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca. Há risco de convulsão, infarto e derrame cerebral


4. O crack é distribuído pelo organismo por meio da circulação sanguínea


5. No fígado, ele é metabolizado


6. A droga é eliminada pela urina


Ação no sistema nervoso


Em uma pessoa normal, os impulsos nervosos são convertidos em neurotransmissores, como a dopamina (1), e liberados nos espaços sinápticos. Uma vez passada a informação, a substância é recapturada (2). Nos usuários de crack, esse mecanismo encontra-se alterado.


A droga (3) subverte o mecanismo natural de recaptação da substância nas fendas sinápticas. Bloqueado esse processo, ocorre uma concentração anormal de dopamina na fenda (4), superestimulando os receptores musculares - daí a sensação de euforia e poder provocada pela droga. A alegria, entretanto, dura pouco. Os receptores ajustam-se às necessidades do sistema nervoso. Ao perceber que existem demasiados receptores na sinapse, eles são reduzidos. Com isso as sinapses tornam-se lentas, comprometendo as atividades cerebrais e corporais


O crack nasceu nos guetos pobres das metrópoles, levando crianças de rua ao vício fácil e a morte rápida. Agora chega à classe média, aumentando seu rastro de destruição


Fonte: Anjos Caídos, Içami Tiba. Editora Gente, 6ª edição


Fonte: Globo Ciência/1996 Ano 5 nº 58


Fonte: http://naoasdrogas.tripod.com/

NOMES DE DIVERSAS DROGAS

TIPOS DE DROGAS NÃO CAIA NESSA, DROGAS TÔ FORA!

Álcool Anabolizantes Anfetamina


Ansiolíticos Ayahuasca Barbitúricos


Cacto Cafeína Chá de Santo Daime


Cocaína Codeína e Ziprepol Cogumelos


Crack DMT Ecstasy


Efedrina GHB Haxixe


Heroína Ice Inalantes


Ketamina Lança-perfume Laxantes


LSD Maconha Medicamentos


Merla Mescalina Metanfetamina


Morfina Nicotina Ópio


PCP Skunk Special K


STP Sulfas Yagé