A droga se faz amiga, mas ela quer sua vida

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Nosso Mundo: Os cristãos esquecidos do Oriente


Caroline B. Glick (Jerusalem Post)
É difícil imaginar aonde os governos e as igrejas ocidentais pensam que vão chegar fazendo vista grossa à perseguição de cristãos no mundo islâmico.
Na noite de domingo (09/10/2011), cristãos coptas egípcios organizaram o que era para ser uma vigília pacífica em frente à sede da emissora de TV estatal no Cairo. Os mil manifestantes representavam a antiga comunidade cristã de cerca de 8 milhões de pessoas, cuja presença no Egito precede a dominação islâmica em várias séculos. Eles se reuniram no Cairo para protestar contra os recentes incêndios criminosos de duas igrejas por quadrilhas de muçulmanos, e contra a rápida ascensão da violência (com apoio do governo) contra cristãos por grupos muçulmanos desde a renúncia do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro.
De acordo com fontes coptas, os manifestantes foram cercados por agressores islâmicos, que rapidamente ganharam suporte de forças militares. Entre 19 e 40 cristãos coptas foram mortos por soldados e agressores muçulmanos. Foram atropelados por veículos militares, linchados, baleados e arrastados pelas ruas do Cairo.
A emissora estatal relatou apenas que três soldados haviam sido mortos. De acordo com a agência Ahram Online, os soldados atacaram os estúdios da emissora de TV al-Hurra na noite de domingo para bloquear a transmissão de informações sobre o ataque militar contra os cristãos coptas.
Ao que parece, a tentativa de controle de informações sobre o que aconteceu funcionou. As notícias na segunda-feira sobre a violência deram poucos sinais da identidade dos mortos ou feridos. É certo que não contaram a história do que realmente aconteceu domingo à noite no Cairo.
Em outro evento, o patriarca católico maronita do Líbano, Bechara Rai, gerou polêmica há duas semanas. Durante uma visita oficial a Paris, Rai alertou o presidente francês Niolas Sarkozy que a queda do regime de Assad na Síria seria um desastre para os cristãos da Síria e de regiões próximas. Hoje a oposição, que tem apoio do Ocidente, é dominada pela Irmandade Islâmica. Rai alertou que a exoneração do presidente Bashar Assad poderia levar a uma guerra civil e ao estabelecimento de um regime islâmico.
No Iraque, a insurgência patrocinada pelo Irã e pela Síria que se seguiu à derrubada pelos americanos do regime baathista de Saddam Hussein, em 2003, promoveu uma guerra sangrenta contra a população cristã do Iraque. Este mês marca o primeiro aniversário do massacre de 58 fieis em uma igreja católica em Bagdá. Na década passada havia 800 mil cristãos no Iraque. Hoje, são apenas 150 mil.
Sob o antigo império persa, os cristãos tinham mais ou menos liberdade para praticar sua religião.
Hoje os cristãos iranianos estão sujeitos a caprichos de soberanos muçulmanos, que não conhecem outra lei a não ser a da supremacia islâmica.
A situação do pastor evangélico Yousef Nadarkhani é um exemplo. Ele foi preso há dois anos, julgado e condenado à morte por apostasia, por se recusar a renegar sua fé cristã. Não existe lei contra a apostasia no Irã, mas isso não importa. O aiatolá Khomeini é contra a apostasia. A lei islâmica também é.
Depois que a história de Nadarkhani foi publicada no Ocidente, os iranianos mudaram de plano.
Agora eles teriam abandonado a acusação de apostasia e o sentenciado à morte por estupro. O fato de ele nunca ter sido acusado ou condenado por estupro não tem importância.
Cristãos palestinos, igualmente, têm sofrido sob a popularidade dos líderes eleitos.
Quando a Autoridade Palestina foi estabelecida em 1994, os cristãos eram 80% da população de Belém. Hoje correspondem a menos de 20%.
Desde que o Hamas “libertou” Gaza em 2007, a antiga minoria cristã da região tem sofrido ataques constantes. Com apenas 3 mil membros, a comunidade cristã de Gaza teve igrejas, conventos, livrarias e bibliotecas incendiadas por membros do Hamas e seus aliados. Seus membros foram atacados e mortos. Apesar de o Hamas ter prometido a proteção dos cristãos da cidade, ninguém foi preso por violência anticristã.
Da mesma forma que os judeus no mundo islâmico foram expulsos das suas antigas comunidades por governantes árabes com a criação o Estado de Israel em 1948, os cristãos também foram perseguidos e expulsos de suas casas. Regimes populistas islâmicos e árabes usam o supremacismo da religião islâmica e o chauvinismo racial árabe contra cristãos como gritos de guerra para os seus propósitos. Esses chamados, por sua vez, levaram à dizimação das populações cristãs no mundo árabe e islâmico.
Por exemplo, quando o Líbano obteve sua independência da França em 1946, a maioria dos libaneses era cristã. Hoje os cristãos são menos de 30% da população. Na Turquia, a população cristã foi reduzida de 2 milhões no fim da Primeira Guerra Mundial para menos de 100 mil hoje. Na Síria, na época da independência, os cristãos representavam quase metade da população. Hoje 4% dos sírios são cristãos. Na Jordânia, há meio século, 18% da população era cristã. Hoje apenas 2% dos jordanianos são cristãos.
Os cristãos são proibidos de praticar sua religião na Arábia Saudita. No Paquistão, a população cristã está sendo sistematicamente destruída por grupos islâmicos apoiados pelo regime. Incêndios a igrejas, conversões forçadas, estupros, assassinatos, sequestros e perseguição legal de cristãos paquistaneses se tornaram ocorrências diárias.
Infelizmente, para os cristãos do mundo islâmico, sua causa não está sendo defendida por governos ou igrejas do Ocidente. A França, em vez de impor como condição para seu apoio à oposição síria o compromisso com a liberdade religiosa para todos por parte dos seus líderes, seu Ministério das Relações Exteriores reagiu com irritação às advertências de Rai sobre o que provavelmente acontecerá aos cristãos sírios, caso o presidente Bashar Assad e seu regime sejam derrubados. O Ministério das Relações Exteriores da França publicou uma declaração afirmando que estava “surpreso e desapontado” com as declarações de Rai.
O governo de Obama foi menos solidário ainda. Rai está viajando pelos EUA e pela América Latina em uma visita de três semanas a comunidades de imigrantes maronitas. A existência dessas comunidades é consequência direta da perseguição árabe e islâmica aos cristãos maronitas do Líbano.
A visita de Rai aos Estados Unidos deveria começar com uma visita a Washington e um encontro com altos funcionários do governo americano, incluindo o presidente Barack Obama. No entanto, após as declarações de Rai em Paris, o governo americano cancelou todas as reuniões marcadas com ele. Ou seja, em vez de considerar o perigo alertado por Rai e usar a influência americana para aumentar o poder dos cristãos, curdos e outras minorias em qualquer governo sírio pós Assad, o governo Obama decidiu boicotá-lo por chamar atenção para o perigo.
Com exceção dos evangélicos, a maioria das igrejas ocidentais está igualmente desinteressada em defender os direitos de co-religiosos no mundo islâmico. A maioria das principais denominações protestantes, da Igreja Anglicana e suas várias filiais dentro e fora dos EUA à metodista, batista, menonita e outras, não fez esforço algum para proteger ou defender os direitos dos cristãos no mundo islâmico.
Em vez disso, na última década, essas igrejas e suas filiais internacionais buscaram repetidas vezes atacar o único país do Oriente Médio em que a população cristã aumentou nos últimos 60 anos: Israel.
Quanto ao Vaticano, nos cinco anos desde que o Papa Bento XVI, no seu discurso em Regensburg, lançou um desafio aos muçulmanos para que agissem com bom senso e tolerância ao lidar com outras religiões, o Vaticano abandonou a posição anteriormente adotada. Um diálogo entre iguais se tornou uma súplica ao islã em nome de uma compreensão ecumênica. No ano passado o papa organizou um sínodo sobre os cristãos do Oriente Médio que não mencionou a perseguição anticristã por forças e regimes islâmicos e populistas. Israel, por outro lado, foi o principal alvo de críticas.
A diplomacia do Vaticano se estendeu até o Irã, para onde enviou um representante para participar de uma falsa conferência antiterrorista de Mahmoud Ahmadinejad. Conforme relata Giulio Meotti para a agência israelense Ynet, enquanto todos os embaixadores da União Europeia saiam no meio do discurso de negação do Holocausto de Ahmadinejad na segunda conferência das Nações Unidas em Durban, o embaixador do Vaticano ficou sentado. O Vaticano abraçou líderes da Irmandade Islâmica na Europa e no Oriente Médio.
É difícil imaginar aonde os governos e as igrejas ocidentais pensam que vão chegar fazendo vista grossa à perseguição e dizimação de comunidades cristãs no mundo islâmico. Como mostram os acontecimentos de domingo passado no Egito e os ataques diários de muçulmanos contra cristãos na região, as atitudes do Ocidente não estão aplacando ninguém. Mas fica bastante claro que eles irão colher o que plantaram.
Fonte: Julio severo.com

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Consumo de crack no Brasil não é epidemia, diz ministro da saúde


Folha.com
CAROLINA SARRES - DE BRASÍLIA
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o consumo de crack no Brasil não é uma epidemia. Padilha participou de reunião entre membros do CNS (Conselho Nacional de Saúde), nesta quarta-feira, em Brasília.
Não houve consenso entre os conselheiros do CNS quanto aos requisitos técnicos que envolvem a questão.
De acordo com o coordenador de doenças mentais do ministério da Saúde, Roberto Tykanori, não há uma série histórica para que o aumento do uso de crack seja considerado epidêmico.
Segundo os membros presentes na reunião, há dados que apontam para a existência de um surto.
"Não acho que haja uma epidemia de crack. O grande vilão é o álcool. Ainda assim, nós da saúde não podemos esperar que a questão se torne uma epidemia para agirmos. É uma nova realidade e um desafio ao campo da saúde pública", disse Padilha.
As discussões sobre a Política Nacional de Combate ao Álcool e outras Drogas abriram a 226ª Reunião Ordinária do CNS, ensejada por declaração feita pela presidente Dilma Roussef, no 7 de setembro, a respeito da aprovação da política em breve.
Técnicos do setor da saúde mental declararam sentir-se excluídos do debate e disseram que o plano não pode ser publicado sem que haja ampla participação de diversos setores da sociedade.
Ao final do debate de abertura da reunião do CNS, será aprovada resolução sobre cinco principais pontos: a Política Nacional de Combate ao Álcool e outras Drogas, a Política de Saúde Mental, a questão do recolhimento compulsório, o debate sobre experiências com comunidades terapêuticas e a necessidade de debate entre comissões e conselhos específicos.
RECOLHIMENTO COMPULSÓRIO
Maria Ermínia Ciliberti, do CFP (Conselho Federal de Psicologia), condenou o recolhimento compulsório de usuários de crack --como acontece no Rio de Janeiro, por iniciativa da SMAS (Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro).
A declaração de Ciliberti foi consensual entre os membros do CNS, que ainda mencionaram a recusa da ideia de "higienização" das ruas.
"Não se pode ir catando crianças nas ruas do Rio à 'baciada' e não tratá-las como se não fossem únicas. Não é verdade que a única solução é a internação. Senão não haveria pessoas com 40, 50 internações", declarou Ciliberti.
O Ministério da Saúde afirmou ser contrário ao recolhimento compulsório, por meio de diferenciação entre o "recolhimento" e as "internações" --nas quais não há reservas do órgão.
"Existe uma confusão entre esses nomes. O recolhimento compulsório não está na esfera da saúde. O Estado atua, mediante decisão prévia, sobre a restrição de certos grupos. As internações compulsórias [que são subordinadas a laudos médicos] são feitas de acordo com a lei, que prevê tal atuação. O ministério não tem a ver com o recolhimento e é contra a prática", declarou Roberto Tykanori.
Apesar da condenação, os usuários de drogas retidos por meio de recolhimento compulsório poderão ser atendidos por instituições do SUS (Sistema Único de Saúde), caso passem por procedimento médico posterior.
COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
O Ministério da Saúde informou estar sendo elaborada uma portaria para a regulamentação de comunidades terapêuticas --centros de tratamento criticados por especialistas, que as consideram uma volta dos antigos "manicômios", extintos pela implementação da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial (Lei nº 10.216/2001).
O conselho de psicologia apresentou na reunião o documento "13 razões para defender uma política para usuários de crack, álcool e outras drogas sem exclusão" e citou o caso da morte Damião Ximenes Lopes, em 1999, em uma "casa de repouso", no Ceará.
Em 2006, o Brasil foi condenado pelo caso na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) por violar o direito à vida, a integridade física, as garantias judiciais e a proteção judicial.
Tykanori, coordenador de doenças mentais do ministério, afirmou que o Estado precisa institucionalizar tais comunidades e que não haverá retrocesso em relação aos marcos legais já consolidados.
"É um setor que está desregulado e é um campo em que há interesse da saúde e cuja atuação pode ser incluída na saúde. É uma situação de limbo institucional. Existem bons exemplos, assim como exemplos abomináveis", disse.
Ele declarou que para estarem de acordo com a política do ministério, as comunidades deverão cumprir políticas e pré-requisitos do SUS.
O ministério não tem dados sobre quantas comunidades poderiam ou teriam o interesse em ser financiadas pelo sistema.
 

Cervejas são maiores anunciantes em eventos esportivos


Terra.com.br
As cervejarias são as que mais investem em propagandas nos intervalos de programas esportivos em grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de TV, revelou pesquisa divulgada pelo Ibope nesta terça-feira no Maxi Mídia 2011. Segundo o estudo, as propagandas que mais aparecem nos intervalos de programas esportivos na TV aberta nesses eventos são de cervejas, seguidas pelas de refrigerantes e de lojas de departamento. Nos canais de TV paga, a cerveja também tem maior espaço nos intervalos, seguida pelas propagandas de veículos e de instituições financeiras.
"Vivemos uma situação de vários potencias para exploração de programas esportivos", afirmou Dora Câmara, diretora comercial do Ibope. Segundo ela, o investimento vem crescendo, principalmente nestes grandes eventos esportivos. "Quando observamos o investimento publicitário, não tenho a menor dúvida de que muitas marcas estão sabendo se aproveitar desses eventos", disse. "As grandes marcas estão entendendo cada vez mais como explorar estes eventos".

O grau de atenção das pessoas em relação aos comerciais exibidos durante a transmissão foi um dos destaques da pesquisa. 73% dos jovens entre 15 e 19 anos prestam mais atenção nas marcas dos uniformes do que em outras propagandas.Para a população com idade entre 10 e 14 anos, o percentual é de 69%. "Com a profissionalização da gestão do esporte no Brasil, o País tem chances de explorar o potencial do mercado esportivo. As empresas têm de levar mais em consideração as informações para explorar o mercado da melhor forma possível", disse. "Ainda existe espaço para ser explorado", afirmou.
Segundo a pesquisa, 72% dos brasileiros preferem acompanhar as informações esportivas pela TV, seguidos por 21% dos que têm preferência pelo rádio e 16% que dão preferência à internet. Entre os que preferem acompanhar pela TV, 41% afirmam que o motivo que mais leva a buscarem informações pela televisão é qualidade das reportagens, seguido pela credibilidade, com 18%, e os debates, com 15%. Já entre os entrevistados que preferem a internet, 32% afirmam que as atualizações constantes são atraentes. Os dados também mostram que 58% dos que assistem TV declaram acompanhar notícias por outros meios, sendo que desses, 30% acompanham as notícias também pela internet.
"Essas pessoas já assistiam TV e viam revistas e jornais para se informar. Com a chegada da internet, elas conseguiram ter essas informações de maneira mais rápida e por isso a incorporaram", afirmou a diretora.

Rigidez pode frear dano do alcoolismo


Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
Um plano para combater o álcool de frente, sem desvios. Esse foi o resultado da pesquisa Políticas Públicas para o Álcool, realizada pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira. Um dos maiores estudiosos sobre dependência química, ele identificou, com auxílio do pesquisador Marcos Romano, quais são as medidas que precisam ser adotadas pelo poder público e sociedade para frear as terríveis consequências do alcoolismo.
Entre os pontos previstos, está a obrigatoriedade de licença para comercializar bebidas alcoólicas, controle de dias e horários para a venda, maior fiscalização e punições severas para quem não respeitar as leis e o aumento do preço dos produtos.

Essas formas de prevenção, aliadas com políticas de redução de problemas específicos, como beber e dirigir e beber abaixo da idade mínima, podem criar um clima para a redução no número de dependente alcoólico e de pessoas atingidas indiretamente.
Os inúmeros dependentes ouvidos pelo Diário informam que a facilidade e o preço baixo são dois dos principais motivos para abusar. "Não tem jeito, para beber não precisa fazer muito. Em qualquer lugar a gente toma uma cachaça por R$ 1", disse André, 27 anos, que passou 17 anos usando diversas drogas em conjunto com o álcool.
Segundo Laranjeira, aumentar o preço é uma das políticas de redução que poderá trazer bons resultados, como na Austrália, Bélgica, Canadá, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos. Entre as conclusões, está a lei de mercado, se o preço do produto aumenta, o consumo cai.
As experiências relatadas pelos pesquisadores têm como base estudos produzidos por outras nações e conhecimentos próprios. A tese até prevê um embate com a indústria de bebidas e dos proprietários de bares e restaurantes, que provavelmente irão se opor às restrições.
DANOS
Os números apresentados mostram que 15% da população masculina adulta bebe de forma abusiva, metade dos acidentes automobilísticos é devida ao abuso de álcool. Na área criminal, mais da metade dos homicídios está relacionado ao problema. Na esfera médica, 20% das internações em clínica geral e 50% das internações masculinas psiquiátricas são motivadas pelo consumo de bebidas alcoólicas.
"A sociedade brasileira está pagando um alto preço pela falta de proteção com relação ao álcool", descreve o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.
Outro fato de destaque na pesquisa é o papel que pode ser exercido com a mídia. Atualmente, a publicidade, mesmo com as normas impostas pelos governos, ainda utilizam personalidades para promover o consumo. A proposta de Laranjeira é que a campanhas publicitárias e educativas sejam feitas, mas que essas atitudes não são satisfatórias, e é necessário criar um clima de divulgação na sustentação das políticas públicas relacionadas ao álcool junto à imprensa, chamado de marketing social e Media Advocacy (apoio da mídia).

Combate ao álcool ajudaria a diminuir acidentes e violência
Um dos principais objetivos do estudo é implementar programa que permita redução nos números de assaltos, homicídios, suicídios, violência doméstica, agressões físicas, acidentes automobilísticos, internações e idas nas emergências hospitalares devidos às doenças causadas pelo álcool.
Na outra ponta, está a tentativa de criar controle para minimizar problemas em populações especificas, como adolescentes e idosos. Uma das ações é encontrar forma de reduzir a chance dos jovens conseguirem comprar bebidas alcoólicas. O Diário revelou que os adolescentes não encontram qualquer tipo de dificuldade para adquirir bebidas em postos de combustíveis e em redes de supermercados.
Em outra pesquisa, Laranjeira informa que a bebida alcoólica é a droga mais consumida pelos adolescentes brasileiros.

Lei antiálcool começa a valer dia 19


Estabelecimentos que servirem bebida alcoólica para menores de idade começam a ser multados apenas em novembro
Estabelecimentos que permitirem presença de jovens bebendo também serão multados
Valéria Gonçalvez/ AE - Do Metro SP
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que a lei antiálcool, que prevê multa e até mesmo a interdição de estabelecimentos que permitirem que menores consumam bebidas alcoólicas, será sancionada no dia 19. Segundo ele, a fiscalização e as multas só começam um mês depois, em 19 de novembro. Até lá, o governo fará uma campanha educativa em bares e restaurantes do Estado.
A multa prevista pela lei varia de R$ 1.745 a R$ 87.250. Já existiam sanções para a venda de bebidas alcoólicas a menores. Agora, mesmo que não estejam vendendo, os donos de estabelecimentos que sejam coniventes com o consumo de álcool por menores serão punidos, inclusive vendedores ambulantes.
O governador afirmou que o consumo de álcool por menores começa cada vez mais cedo, e isso aumenta o risco de existirem problemas com o alcoolismo na idade adulta.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, a intenção do governo é restringir ainda mais o consumo.
A lei será fiscalizada por 500 agentes, os mesmos que autuam estabelecimentos que descumprem a lei antifumo. De acordo com Cerri, os fiscais também poderão contar com reforço policial.

Maconha aumenta risco de depressão, diz pesquisa


Drogas
Veja
Probabilidade de desenvolver a doença é agravada com o consumo da droga por jovens vulneráveis a quadros depressivos
Quem fuma maconha corre o risco de desenvolver distúrbios graves, como esquizofrenia e psicose. Uma nova pesquisa feita na Holanda adiciona mais um problema causado pela droga. De acordo com um estudo feito no Instituto de Ciência Comportamental da Universidade Radboud de Nijmegen, na Holanda, a droga aumenta o risco de desenvolver sintomas depressivos em jovens geneticamente vulneráveis. A pesquisa foi publicada na versão online do Addiction Biology, periódico científico da Sociedade Britânica para o Estudo da Dependência.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Testing bidirectional effects between cannabis use and depressive symptoms: moderation by the serotonin transporter gene
Onde foi divulgada: revista Addiction Biology Online
Quem fez: Roy Otten
Instituição: Instituto de Ciência Comportamental da Universidade Radboud de Nijmegen, na Holanda
Dados de amostragem: 310 adolescentes, por 4 anos
Resultado: O estudo mostrou que o consumo de maconha aumentou os sintomas depressivos nos adolescentes geneticamente vulneráveis.
A maioria da população é vulnerável. Segundo o estudo, duas em cada três pessoas apresentam uma variação no gene transportador de serotonina, um neurotransmissor também conhecido como 5-HT. Tal variante pode ser responsável por tornar uma pessoa mais sensível a desenvolver depressão.
A pesquisa recolheu, durante quatro anos, informações de 310 adolescentes. A cada ano, os jovens responderam questões sobre assuntos como comportamento e sintomas de depressão. A variação do gene da serotonina foi determinante para os resultados: o consumo de maconha aumentou os sintomas depressivos nos adolescentes que apresentavam tal variante.
"Esse efeito da droga é forte, mesmo se levarmos em conta uma série de outras variantes que causam a depressão, como uso de álcool, personalidade e situação socioeconômica. Algumas pessoas podem pensar que jovens com disposição a depressão comecem a consumir maconha como uma forma de automedicação e que a presença de sintomas depressivos seja o fator que leve ao consumo da droga. Entretanto, nesse estudo a longo prazo, mostramos que não é o caso”, diz Roy Otten, principal autor da pesquisa.
Em estudo feito pelo IBGE em 2009, 8,7% dos estudantes entre 13 e 15 anos disseram já haver experimentado alguma droga ilícita. Na Holanda, onde foi feita essa pesquisa, o uso de maconha entre jovens é expressivo: 12% dos adolescentes de 16 anos disseram ter usado maconha ao longo do mês anterior. Além de um pior desempenho escolar, o uso da droga pode aumentar o risco de desenvolver esquizofrenia e psicose.
Para os pesquisadores, conhecer os efeitos negativos do consumo de maconha é importante, pois, para um grande número de pessoas, entre outros prejuízos, seu uso pode aumentar o risco de depressão a longo prazo.

O governo da Holanda confirma: maconha faz mal à saúde


Blog de Milton Corrêa da Costa
A chamada “corrente progressista”, encabeçada no Brasil pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que objetiva a descriminalização e legalização de drogas, a começar pela maconha, inclusive com direito a cultivo para uso próprio, acaba de sofrer um duro revés. A Holanda anunciou, nesta sexta-feira, uma política de menor tolerância com a maconha. O governo holandês declarou que vai nivelar a chamada "maconha de alta concentração", vendida no país, na mesma classificação de tóxicos como a cocaína e o êxtase, drogas consideradas pesadas. O ministro da Economia da Holanda, Maxime Verhagen, afirmou que a droga, com mais de 15% na composição de sua substância psicoativa, o tetrahidrocanabinol (THC), tem uma potência muito maior do que a forma mais leve da erva. Segundo ele, o tóxico "causa um prejuízo crescente na saúde pública do país". A medida é o passo mais recente do governo holandês para tentar reverter a notória política de tolerância da Holanda com as drogas.
Assim chega-se á conclusão, após diferentes estudos e pesquisas empreendidas aqui citadas, que a cannabis não é tão inofensiva e recreativa como alguns imaginam. O hábito de fumar maconha, mesmo em pouca quantidade, pode danificar a memória, segundo recente estudo elaborado pela Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP). Quando o uso é crônico e se inicia antes dos 15 anos de idade, o risco é ainda maior, devido ao efeito tóxico e cumulativo do tetrahidrocanabinol  (hoje mais potente pelas mutações genéticas), no desempenho cerebral.
 
Ficou constatado, por exemplo, que no exame toxicológico efetuado no jovem Carlos Eduardo Sandfeld Nunes, de 24 anos, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do seu filho Raoni, fato ocorrido, no ano de 2009, em São Paulo, que ele se encontrava sob o efeito de maconha no momento do crime.  Ressalte-se que Cadu, apelido do homicida, fumava cannabis desde os 15 anos, não estudava nem trabalhava , passando a traficar a droga e apresentava surtos psicóticos (alucinações e delírios).
 
Tal fato remete-nos a uma pesquisa - foi publicada tempos atrás nas páginas da Internet com notícia originária de Londres - onde mostrou que jovens que fumam maconha por seis anos ou mais têm o dobro de possibilidade de sofrer de episódios psicóticos do que pessoas que nunca fumaram a droga. As descobertas fortalecem uma pesquisa anterior que relacionam psicose à droga, particularmente em sua forma mais potente, o skunk. Apesar da lei que proíbe, em alguns países, o consumo da cannabis e outras formas, cerca de 190 milhões de pessoas são usuárias de maconha no mundo, segundo estimativa da ONU, o que envolve 4% da população ativa. O país com o maior número de consumidores é a França.
    
John McGrath, do Instituto Neurológico de Queensland, na Austrália, estudou mais de 3.800 homens e mulheres nascidos entre 1981e 1984 e comparou seus comportamentos, após completarem 21 anos de idade, para perguntar-lhes (já eram pacientes) sobre o uso da maconha em suas vidas, avaliando os entrevistados para episódios psíquicos. Cerca de 18% relataram uso de maconha três anos ou mais, cerca de 16% de quatro a cinco anos e 14% durante seis ou mais anos.. Comparados aos que nunca haviam usado cannabis, jovens adultos, que tinham seis ou mais anos desde o primeiro uso da droga, tinham duas vezes mais chances de desenvolverem psicose não afetiva, como esquizofrenia, disse McGrath, conforme estudo publicado na revista de psiquiatria "Archives of General Psychiatry.
Mais uma voz responsável surge para acabar com essa ideia de que a maconha é uma droga inofensiva. A diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (Nida, em inglês), a mexicana Nora Volkow, jogou mais uma pá de cal nessa falácia: “ Há quem veja a maconha como uma droga inofensiva. Trata-se de um erro. Comprovadamente, a maconha tem efeitos bastante danosos. Ela pode bloquear receptores neurais muito importantes. Estudos feitos em animais mostraram que, expostos ao componente ativo da maconha, o tetrahidrocanabinol (THC), eles deixam de produzir seus próprios canabinoides naturais (associados ao controle do apetite, memória e humor). Isso causa desde aumento da ansiedade até perda de memória e depressão. Claro que há pessoas que fumam maconha diariamente por toda a vida sem que sofram consequências negativas, assim como há quem fume cigarros até os 100 anos de idade e não desenvolva câncer de pulmão. Mas até agora não temos como saber quem é tolerante à droga e quem não é. Então, a maconha é, sim, perigosa" - afirmou a psiquiatra que conduziu na década de 80 os estudos comprovando que a cocaína causa dependência química, além de graves danos ao cérebro.
Assim sendo, ainda que conclusões científicas precisem ser relativizadas mormente quanto a um tema tão polêmico - cada caso é um caso - não se pode desconsiderar tais estudos. A busca de estados alterados de consciência, através do uso de drogas ilícitas -não estamos falando das drogas livres sob o ponto de vista legal e jurídico nem das controladas por receita médica- é própria da espécie humana desde a antiguidade e os progressistas vem afirmando, cada vez com mais ênfase, que o mundo definitivamente perdeu a guerra contra as drogas ilícitas. Ou seja, a política atual seria um verdadeiro fracasso e o caminho do bom senso seria a descriminalização do uso de drogas.  O estado não teria inclusive o direito de proibir o uso. A grande vantagem seria o enfraquecimento do crime organizado, sem falar na redução da corrupção policial que a ilegalidade da droga sempre proporciona.
Tais argumentos são válidos não resta dúvida, até porque abstinência total de substâncias entorpecentes ilegais seria utopismo imaginado pelos conservadores. Obviamente que o mundo sem drogas não existe. As drogas sintéticas e as 'legal highs', fabricadas em geral nos  países mais ricos, são inclusive as que tiveram maior aumento de consumo nos últimos anos. A questão é saber- não há certeza sobre tal dúvida- se uma política de enfrentamento ao problema com a descriminalização seria de fato o cerne da estratégia que propiciaria o efetivo controle do estado e a consistente redução de danos. Há que saber também quanto se gastaria com despesas de recuperação de dependentes numa política mais permissiva.
Registre-se que apesar do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack o país não está conseguindo conter a epidemia do uso da chamada 'droga da morte'. Tal plano não tem sido capaz de atender a 1/3 dos 95% dos municípios envolvidos com a gravíssima questão que põe em risco toda a juventude. As cracolândias espalham-se rapidamente pelo país. O oxi,  droga mais devastadora ainda que o crack, também já está presente em 13 estados brasileiros, fazendo crescer  a ameaça aos mais jovens.
Por outro lado, num recente debate, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, concluiu-se que a venda indiscriminada de bebidas a jovens, sem o devido controle, além de funcionar como uma espécie de porta de entrada para o consumo de outras drogas, seria argumento suficiente para derrubar qualquer inciativa de liberação do consumo de drogas no país. Sobre o perigo do crack. O médico psiquiatra Emanuel Fortes Silveira Cavalcanti, representante da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), presente ao debate da comissão do Senado, lembrou que o consumo da droga tem aumentado no país e que, em Goiás, por exemplo, 60% dos julgamentos de crimes têm como réus usuários da droga. Ele não poupou críticas à “falta de controle” do governo sobre as indústrias químicas que fabricam éter e acetona, insumos fundamentais para o refino da cocaína e, por consequência, do crack, que é um derivado da droga.
A realidade é que descriminalizar e legalizar drogas no país pode ser um verdadeiro tiro no pé. Neste caso a emenda poderá ser pior que o soneto. À sociedade e ao governo fica bem claro que o melhor caminho continua sendo a prevenção e o tratamento para recuperação dos dependentes e os “usuários recreacionais”, ainda que também estes financiem os fuzis do tráfico e a violêncis. A Holanda acaba de constatar e mostrar ao mundo que quando o assunto é drogas não há verdades absolutas e acabadas. Por enquanto, no Brasil, a guerra às drogas tem que prosseguir. O país não pode virar palco permissivo de uma legião de jovens drogados, amotivados e sem rumo.
                        
                                    Milton Corrêa da Costa é coronel da reserva da PM do Rio