A droga se faz amiga, mas ela quer sua vida

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Consumo de bebidas alcoólicas: doença ou diversão?

                                                       Foto: notas do dia .com
Se prevenir é o melhor remédio, você já parou para pensar a quantas anda o seu consumo atual de bebida alcoólica? 
Como será que o chopinho consumido no fim de semana ou a taça de vinho de todos os dias está contribuindo para a sua saúde?
Sabe-se que o alcoolismo é hoje um problema de saúde pública, o fato é que toda a responsabilidade sempre foi colocada sobre aquele que chamamos de dependente do álcool. Aquele sujeito que aos olhos da sociedade já está doente, que tem difícil recuperação, que muitas vezes é mal julgado moralmente. Porém, este conceito está cada vez mais ultrapassado.
Pesquisas têm demonstrado que para o dependente já existem perspectivas de tratamento desde que ele e sua família resolvam assumir a doença e seu tratamento.
Este texto visa refletir sobre a ponta submersa do iceberg, aquelas pessoas que consomem bebidas alcoólicas despreocupadamente, mas que podem potencialmente vir a serem prejudicadas se este consumo não for controlado.

Álcool, doenças, acidentes e violência:

Pesquisas indicam que o consumo de álcool está ligado a incêndios, afogamentos, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho (operação de máquinas), suicídios, quedas, acidentes com barcos, jet-ski, assaltos, brigas, violência doméstica e contra crianças, estupro, comportamento agressivo, nervosismo, resfriados, risco elevado de pneumonia, doenças do fígado (cirrose), pancreatite, tremor nas mãos, dormências, perda de memória, envelhecimento precoce, câncer de boca e faringe, insuficiência cardíaca, anemia, câncer de mama, úlcera gástrica, gastrite, hemorragia digestiva, deficiência de vitaminas, diarréia, má nutrição, disfunção erétil, risco de má formação do feto em gestantes e nascimento de filhos com retardo mental.
Assim, o consumo de bebidas alcoólicas de alto risco além de reduzir o tempo de vida da pessoa, de consumir sua qualidade de vida também pode produzir acidentes ou incidentes com lesões graves e morte!
As bebidas são diferentes umas das outras. 
Você sabe qual a quantidade de álcool nos diferentes tipos de bebidas? 
Você sabe o que é uma dose padrão? 
    • 1 tulipa de chope = 350 ml = 12 g de álcool
    • 1 taça de vinho = 140 ml = 12 g de álcool
    • 1 dose de pinga, conhaque, uísque, etc = 40 ml = 12 g de álcool
Conclui-se que em doses normais essas bebidas contem aproximadamente a mesma quantidade de álcool puro.

Não se deve beber quando:
  • Estiver dirigindo veículos ou operando máquinas;
  • Durante a gravidez e a amamentação;
  • Estiver cuidando de crianças;
  • Estiver sob uso de determinados medicamentos (seu médico deve orientar);
  • Em vigência de certas doenças (seu médico deve orientar);
  • Você não consegue se controlar quando ingere bebidas alcoólicas;
  • Estiver portando armas ou quando se é responsável pela segurança de outras pessoas.

Deve-se parar de beber quando:

  • Tentou diminuir o consumo e não conseguiu;
  • Sofre de tremores nas mãos pela manhã;
  • Está grávida ou apresenta pressão alta ou outra doença;
  • Está ingerindo medicação.


O seguinte teste ajuda a avaliar seu consumo de bebidas alcoólicas e faz você refletir sobre isso e se é necessário mudar.


AUDIT – Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool 
(Versão Auto-Aplicável) 
Após responder o questionário, faça a contagem da pontuação indicada em cada parêntesis e, no final, calcule o total. 

1. Com que freqüência você consome bebidas alcoólicas?
Nunca ( ) 0 ponto
         Uma vez por mês ou menos ( ) 1ponto
         4 vezes por mês ( ) 2
         3 vezes por semana ( ) 3
        4 ou mais vezes por semana ( ) 4

2. Quantas doses de álcool você consome num dia normal?
0 ou 1 ( ) 0
         2 ou 3 ( ) 1
         4 ou 5 ( ) 2
         6 ou 7 ( ) 3
        8 ou mais ( ) 4

3. Com que freqüência você consome cinco ou mais doses em uma única ocasião?
Nunca ( ) 0
         Menos que uma vez por mês ( ) 1
        Uma vez por mês ( ) 2
        Uma vez por semana ( ) 3
       Quase todos os dias ( ) 4

4. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você achou que não conseguiria 
parar de beber uma vez tendo começado?
Nunca ( ) 0
         Menos que uma vez por mês ( ) 1
         Uma vez por mês ( ) 2
        Uma vez por semana ( ) 3
        Quase todos os dias ( ) 4

5. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você não conseguiu fazer o que 
era esperado de você por causa do álcool?
Nunca ( ) 0
         Menos que uma vez por mês ( ) 1
         Uma vez por mês ( ) 2
         Uma vez por semana ( ) 3
        Quase todos os dias ( ) 4

6. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você precisou beber pela 
manhã para poder se sentir bem ao longo do dia após ter bebido bastante no dia anterior?
Nunca ( ) 0
         Menos que uma vez por mês ( ) 1
         Uma vez por mês ( ) 2
        Uma vez por semana ( ) 3
        Quase todos os dias ( ) 4 

7. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você se sentiu culpado 
ou com remorso após ter bebido?
Nunca ( ) 0
         Menos que uma vez por mês ( ) 1
         Uma vez por mês ( ) 2
         Uma vez por semana ( ) 3
         Quase todos os dias ( ) 4

8. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você foi incapaz de lembrar 
o que aconteceu devido à bebida?
Nunca ( ) 0
        Menos que uma vez por mês ( ) 1
        Uma vez por mês ( ) 2
        Uma vez por semana ( ) 3
        Quase todos os dias ( ) 4

9. Você já causou ferimentos ou prejuízos a você mesmo ou a outra pessoa após ter bebido?
Não ( ) 0
        Sim, mas não no último ano ( ) 2
        Sim, durante o último ano ( ) 4

10. Alguém ou algum parente, amigo ou médico, já se preocupou com o fato de você 
beber ou sugeriu que você parasse?
Não ( ) 0
        Sim, mas não no último ano ( ) 2
        Sim, durante o último ano ( ) 4

Interpretação: 
  • Menos de 7 pontos  baixo risco ou abstêmios (75% das pessoas)
  • De 8 a 15 pontos  uso de risco
  • De 16 a 19 pontos  uso nocivo
  • 20 pontos ou mais  provável dependência (5% das pessoas) 
Fonte : PAI-PAD-HCRP-FMRP-USP – Site: www.fmrp.usp.br/paipad

Em caso de resultado acima de 8 procure ajuda com um profissional de saúde para orientações mais detalhadas. 


Referências: 
PAI-PAD-HCRP-FMRP-USP – Site: www.fmrp.usp.br/paipad 
- Formigoni MLOS. A intervenção breve na dependência de drogas: a experiência brasileira. São Paulo, SP, Brasil: Contexto; 1992. 
- Marques ACPR. Comparação da efetividade da terapia comportamental-cognitiva breve individual e em grupo no tratamento de dependentes de álcool ou outras drogas [Thesis]. Universidade Federal de São Paulo; 1997. 
- Oliveira MS. Eficácia da intervenção motivacional em dependentes do álcool /The efficacy of motivational intervention in alcohol dependents [Thesis]. Universidade Federal de São Paulo; 2000.