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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Serra distribuiu 'kit Gay Estadual" quando governador em SP

Foto:odetalhedapalavra

              PIMENTA NO ZÓIO D' OUTRO É PIMENTA

MÔNICA BERGAMO - FOLHA

O candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) distribuiu para as escolas paulistas, em 2009, quando era governador, um material semelhante ao que o MEC (Ministério da Educação), na gestão de Fernando Haddad (PT), começava a elaborar para combater a homofobia nas escolas.

O guia do governo de SP é assinado por Serra, pelo então vice-governador Alberto Goldman e pelo então secretário estadual de Educação, Paulo Renato Souza 

(Leia aqui a Cartilha e CD do Kit Gay Tucano:http://file.fde.sp.gov.br/portalfde/Arquivo/B_Prevencao_07.02.11.pdf)

Até um dos vídeos recomendados aos professores pelo kit tucano, "BONEQUINHA NA MOCHILA", é igual a um dos que, na época da polêmica com o MEC, foram criticados pela bancada evangélica, que ameaçou abrir CPI contra o governo de Dilma Rousseff caso o material fosse divulgado.
O MEC negou que este vídeo estivesse entre os que estudava adotar e a presidente suspendeu o programa.

Destinado aos professores, o guia tucano aconselha que eles mostrem aos alunos desenhos ou figuras de "duas garotas de mãos dadas, dois garotos de mãos dadas, uma garota e um garoto se beijando no rosto, dois homens se abraçando depois que um deles faz um gol e duas garotas se beijando".
Logo depois, os professores deveriam perguntar aos alunos sobre as "sensações" que as imagens despertavam. E discutir com eles diversidade e homofobia.

"Explique que, em nossa sociedade, tudo o que foge a certo padrão de masculinidade e feminilidade é, muitas vezes, visto com estranhamento. E desse estranhamento surgem os preconceitos e, consequentemente, a discriminação."

As orientações estão no capítulo "Medo de que?", entre as páginas 48 e 53. 


Serra hoje ataca o material do MEC, que chama de "kit gay". Depois de se reunir com o tucano, na semana passada, o pastor Silas Malafaia, do Rio de Janeiro, disse que iria "arrebentar" Haddad divulgando o kit.

O material do MEC não chegou a ser distribuído por causa da reação da bancada de deputados evangélicos.

A Secretaria de Educação de SP disse ontem, em nota, que "não possui o kit anti-homofobia nem material assemelhado. Temas como violência, uso de drogas e combate à discriminação em todos os aspectos, inclusive sexual, são abordados em programas como o Prevenção também se Ensina e em outras atividades pedagógicas".
Hoje, o órgão enviou nova nota à Folha em que afirma que o material anti-homofobia foi enviado apenas a professores, ao contrário do que ocorreria com kit do MEC.

O ministério, por sua vez, informa que os kits, caso fossem aprovados, iriam para 6.000 professores, e não para os estudantes.
No caso de SP, ele foi enviado aos professores orientando que eles mostrassem as imagens aos alunos, caso julgassem conveniente.